O desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná, Francisco Pinto Rabello Filho recebeu no último dia 25, na Câmara Municipal de Paranavaí, o título de Cidadão Honorário, proposto pelo prefeito Rogério Lorenzetti e aprovado por unanimidade.
Lorenzetti, durante seu discurso, afirmou que Rabello Filho realizou um importante papel quando atuou como juiz na Comarca de Paranavaí, agilizando os processos, sempre com posicionamento exemplar e ético. “Não estamos simplesmente rendendo homenagem a um magistrado que passou brilhantemente pela nossa Comarca. Estamos fazendo um ato de justiça, reconhecendo o valor de um homem que pautou a sua vida nos mais elevados valores morais e éticos, que tem uma carreira brilhante na magistratura, que é um professor exemplar, mas, sobretudo, um ser humano extraordinário que tem uma história de vida emocionante e que é um legado para todos nós”, afirmou.
O vereador Josias Zarelli, que se pronunciou em nome do Legislativo, destacou ainda, que Rabello Filho deixou marcas profundas de suas realizações e contribuições com o Poder Judiciário do Estado. “Em nome de meus nobres pares, digo que estamos lisonjeados, felizes e honrados por prestar esta homenagem que é a mais alta honraria do município, pois temos clareza de que, assim como honras a magistratura, como honras o magistério, como honras teus amigos, teus familiares, honrará o nome desta cidade”, disse Zarelli.
Em seu discurso, Rabello Filho agradeceu ao prefeito pela propositura do projeto de lei, aos vereadores pela aprovação e aos amigos que conquistou. "Prossigamos cidadãos e cidadãs de Paranavaí, emanados na amizade e fiéis aos mais caros valores humanos e do Evangelho, sem qualquer distinção racial, confessional, social, econômica, ideológica, para que cada dia possamos fazer uma Paranavaí melhor. Eu me orgulho dos meus amigos de Paranavaí. Vocês são bem assim, como eu quero que sejam meus amigos, e isso me lembra Fernando Pessoa: "Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril”. E encerrou a sua fala: “eu beijo o coração de cada um de vocês”.
A solenidade contou com a presença de lideranças e autoridades.
Perfil do Homenageado
Nascido em 25 de março de 1956, em Ibicaraí, sul da Bahia, Francisco Pinto Rabello Filho estudou o ensino primário e secundário em sua terra natal, onde se formou técnico em Contabilidade. Filho de Francisco e Dona Inez Chagas Bonfim, já falecidos, é casado com Vânia Regina Zardo Pinto Rabello, com quem tem duas filhas: Maria Augusta e Maria Carolina.
Começou a trabalhar muito jovem e nos anos de 70 mudou-se para Maringá, onde trabalhou no cartório distribuidor do Fórum. Passou fome e ficou sem abrigo, e apesar de todas as dificuldades enfrentadas, a criação rígida que recebeu em casa, os ensinamentos dos pais e seu caráter não o deixaram desviar seu caminho.
No trabalho, conheceu advogados, funcionários de cartórios, juízes, e devido ao seu carisma e competência passou a frequentar a casa dos que viviam no meio judiciário. Em 1977, com a ajuda dos amigos voltou à Bahia e trouxe consigo sua família para o Paraná.
Prestou vestibular de Direito na Universidade Estadual de Maringá, passou, e teve seus estudos bancados por amigos. Antes mesmo de se formar, foi convidado para trabalhar na Prefeitura e no escritório de advocacia do advogado Jamil Josepetti. Ascendeu social e economicamente. Se tornou professor da UEM, Procurador Jurídico de Maringá e diretor social do Clube Olímpico da cidade. Em 1987 alcançou a magistratura. Como Juiz trabalhou nas comarcas de Cidade Gaúcha, Mandaguaçu, Paranavaí, Ponta Grossa e Curitiba.
No tempo em que permaneceu em Paranavaí, de 1990 a 1993 assumiu por dois anos a função de juiz diretor do Fórum. Na 1ª Vara Criminal, uma das primeiras providências que realizou foi retornar os júris populares, que há três anos não eram realizados. Depois foi designado para a 2ª Vara Criminal. Por onde passou fez os processos tramitarem.
Rabello também é possuidor de um currículo gabaritado: possui especialização em Direito pela Universidade Estadual de Maringá, e mestrado e doutorado em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Também já participou de 33 cursos de extensão universitária e ministrou aulas na Universidade Estadual de Maringá, Universidade Paranaense, Faculdade de Direito Curitiba, Instituição Toledo de Ensino, Universidade de Marília, Organização Paranaense de Ensino Técnico, Ibej Cursos Jurídicos e o Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sócio-Econômicas. Atualmente é professor-adjunto doutor da Universidade Tuiuti do Paraná e Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
É autor do livro “O Princípio da Anterioridade da Lei Tributária” e de diversos artigos publicados em periódicos jurídicos.