A discussão foi ampla, mas ainda sem resultados. A audiência pública para debater a data de comemoração do aniversário de Paranavaí realizada na última terça-feira, à noite, no plenário legislativo da Câmara Municipal de Paranavaí trouxe à tona tanto fatores favoráveis à mudança da data como contrários. Apenas 20 pessoas compareceram para promover o debate.
O projeto institui o dia 14 de novembro como data de criação do município de Paranavaí, data esta que eles pretendem comemorar o aniversário da cidade.
No documento o prefeito de Paranavaí, Rogério Lorenzetti, explica que o município foi criado em 14 de novembro de 1951, mas só teve sua emancipação política efetivada em 14 de dezembro de 1952, data que ficou marcada como aniversário da cidade.
O presidente da Fundação Cultural, Paulo César de Oliveira, um dos membros da comissão de estudos do projeto de lei, explicou que a intenção não é mudar a história e sim de ter uma data que se possa comemorar o aniversário da cidade. “O que o município pede à Câmara de Vereadores é a oportunidade de ter uma data em que se possa comemorar essa bela história que Paranavaí tem. A data de 14 de dezembro não é propícia para comemoração em respeito ao comércio, aos alunos que estão de férias e uma série de questões. Diversos municípios que foram criados na mesma data que Paranavaí fizeram essa alteração. Gostaríamos de pedir a oportunidade de ter uma data para comemorar essa bela história”, almejou Oliveira.
Contrários
Segundo o professor Alcione Messias de Jesus a troca da data trará prejuízos à história. “Sou contra. Não podemos jogar a nossa história no lixo. São 59 anos comemorando esta data”, disse ele.
Já o professor Ivan Ramos Bernardo solicitou a participação do curso de História da Fafipa. “A cidade que não estuda a sua história fica sem direção, sem futuro e a população fica perdida... Simplesmente decidir por uma questão econômica sem estudar de forma aprofundada a história, não é válido”, explanou Bernardo. Ainda em seu discurso, ele pediu que além de estudantes do curso de história da Fafipa participar das próximas reuniões, os colonizadores mais antigos deveriam estar presentes para debater o assunto.
A presidente do Sindicato dos Empregados, Elizabete Madrona, não concorda com a mudança. “O que eu sugiro ao nobre prefeito é dia 14 de novembro comemorar a criação do município com uma grandiosa festa... mas não virar feriado porque dois feriados seguidos não são bons para o comércio”, comentou Madrona.
Favoráveis
A quem pense o contrário. É o caso do presidente da Aciap, Guto Costa. “Nós não estamos querendo passar uma borracha na história de Paranavaí e sim dar uma autorização para o município para nós comemorarmos o aniversário da cidade. O que a lei propõe e a Aciap é favorável é mudar a data para comemorar a criação, pois no dia 14 de dezembro o comércio não pode ser fechado devido à evasão de consumidores e diversas outras razões”, esclareceu Costa.
O presidente do Observatório Social de Paranavaí, Maurício Gehlen parabenizou a atitude da Câmara em promover a audiência pública. “Quero parabenizar a comissão idealizada pelo prefeito Rogério Lorenzetti para que pudéssemos discutir a questão da comemoração do aniversário de Paranavaí. Não é possível uma cidade que está em franco desenvolvimento não ter o seu dia para comemorar. É louvável esta iniciativa. Só um prefeito nesses 60 anos de história colocou este assunto em pauta. Temos que discutir e dar nossa opinião para fazer o melhor pela nossa cidade. Trocar a data é dar a oportunidade de comemorar o aniversário da cidade. Ninguém vai mudar a história”, afirmou Gehlen.
O prefeito Rogério Lorenzetti também se pronunciou durante as manifestações. “De forma alguma, jamais cometeria um ato visando mudar a nossa história. O que se pretende com a lei é realizar a comemoração no dia 14 de novembro. Vamos avançar as discussões, mas mantenho a minha opinião”, exclamou o prefeito.
Segundo o presidente da Câmara Municipal, Nivaldo Mazzin, outras reuniões serão realizadas com representantes de vários setores para a discussão do assunto. “Estamos abertos tanto para participarmos de reuniões em associações, entidades e até nos bairros, e se necessário, até realizar outra audiência pública para a discussão do assunto”, finalizou Mazzin.