“Vamos agendar uma reunião nos próximos dias para conversar com o secretário da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto e reivindicar mais leitos”, garantiu Pó Royal.

O vereador Roberto Picoreli (Pó Royal) e o coordenador da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e diretor técnico da Santa Casa de Paranavaí, médico especialista em Medicina Intensiva Michel Luiz Spigolon Abrão, se reuniram nesta semana para conversar sobre a falta de leitos de UTI no município.

O coordenador da UTI afirmou que a carência de leitos de UTI é generalizada em todo o país e um problema sério na cidade, pois mesmo com a inauguração da Santa Casa - Unidade Morumbi o número ainda não será suficiente. “Temos uma deficiência enorme de leitos. Temos 10 leitos para atender toda a região noroeste que comporta uma população estimada em aproximadamente 320 mil habitantes distribuídos nos municípios do entorno de Paranavaí. Precisaríamos no mínimo de mais 22 leitos de UTI, até porque temos a intenção de implantar na Unidade Morumbi o serviço de hemodinâmica, e existe ainda a necessidade da vinda de um profissional neurocirurgião, especialidades que dependem muito de vagas em UTI, explicou o médico Michel Abrão.

Hoje tanto a neurocirurgia quanto a hemodinâmica são realizadas, na maioria dos casos, no Hospital Regional João de Freitas, em Arapongas. “Queremos deixar de mandar estas pessoas para fora. Paranavaí tem que se fixar como pólo regional de saúde”, almejou Picoreli.

O médico intensivista falou sobre a questão da neurocirurgia. “Infelizmente não há muitos profissionais nesta área e mesmo que consigamos especialista, teríamos, no momento, insuficiência de leitos de UTI para comportá-lo. O Brasil tem menos leitos em hospitais do que o mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que preconiza de 3 a 5 leitos para cada mil habitantes. Um problema ainda mais grave quando se fala dos leitos nas UTIs, tanto nos hospitais públicos quanto nos particulares”, disse o médico Michel Abrão.

A Portaria nº 1.101/2002 do Ministério da Saúde, defende que cada Estado deve manter de 2,5 a 3 leitos de enfermaria para cada  mil habitantes e de 4 a 10% do total de leitos hospitalares para UTI. Segundo a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), seriam de 1 a 3 leitos de UTI para cada 10.000 habitantes.

De acordo com levantamento feito pela Associação Nacional de Hospitais Privados, a média nacional é de 2,4 leitos de enfermaria por mil habitantes.

Para Picoreli, a estrutura da saúde deveria atender a demanda, mas a realidade é bem diferente. “Precisamos com urgência da abertura de mais leitos tanto de enfermaria quanto de UTI. Não dá para esperar mais. A demanda tem sido tão grande que está se tornando uma situação insustentável. Vamos agendar uma reunião nos próximos dias para conversar com o secretário da Saúde do Paraná, Michele Caputo Neto e reivindicar mais leitos”, garantiu o vereador.