A violência contra a mulher só tem se agravado nos últimos anos. Impulsionada pela pandemia da Covid-19 e consequentemente do isolamento social, os casos de abuso doméstico aumentaram. Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil registrou 649 feminicídios durante o primeiro semestre de 2020, o que significa 2% a mais em relação ao mesmo período de 2019.
Preocupado com a situação, o vereador e presidente da Câmara Municipal de Paranavaí, Leônidas Fávero Neto, apresentou nesta semana proposição em que sugere ao prefeito Carlos Henrique Rossato Gomes, Delegado KIQ, a implementação de uma ampla campanha de conscientização contra a violência doméstica.
"A medida mais eficaz contra a disseminação do novo coronavírus é o isolamento social. Entretanto, isto tem provocado impactos negativos na vida das mulheres que já eram vítimas de violência doméstica. O isolamento social tem exacerbado os conflitos familiares e obrigado mulheres a permanecerem em convivência com seus agressores no seu lar, por um período mais prolongado", explicou o propositor da matéria.
De acordo com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública de 2020, o registro de casos de violência contra a mulher nas delegacias caiu quase 10% no primeiro semestre do ano, por causa da pandemia.
"Apesar do aumento do número de casos, os dados mostram a redução no número de denúncias, seja por receio da mulher em denunciar, diante da proximidade do seu agressor, por não ter local para se abrigar, por medo de descumprir as medidas de isolamento social, entre outros inúmeros motivos.
Tais dados, preocuparam autoridades de diversos países, e medidas foram tomadas para facilitar a realização de denúncias e proteger as mulheres de episódios de violências", disse Leônidas.
No documento, subscrito por todos os vereadores, o parlamentar alega que vários países europeus têm buscado formas de assegurar a vida destas mulheres, como a disponibilização de quartos de hotéis para servirem de abrigo temporário, permitindo que estejam seguras e isoladas, bem como a criação de aplicativos para a realização de denúncias, inclusive pelo WhatsApp.
"É necessário agilizar a elaboração de materiais que possam ser empregados na campanha e na divulgação em rádios, jornais, TVs e mídias sociais, tendo em vista a escalada de violência contra as mulheres", afirmou.