A pedido da Comissão de Saúde da Câmara de Paranavaí, os médicos da Santa Casa, Bruno César Pereira Leal e Gislaine Rogéria Erédia Araújo, estiveram na noite desta segunda-feira, 22, no plenário da Casa de Leis, para explanar sobre a atual situação do atendimento hospitalar utilizado para o enfrentamento a Covid-19 no município.
“Nós tivemos o privilégio, nesta primeira onda, de não ter tido um impacto tão grande em termos de mortalidade e internamentos. Nós tínhamos 10 vagas do Sistema Único de Saúde para Unidade de Terapia Intensiva e 10 leitos de enfermaria. Estes leitos, no geral, nunca eram totalmente ocupados. [...] Só que aí veio uma segunda onda, avassaladora, não só em Paranavaí. [...] Hoje, o Estado do Paraná é o terceiro lugar em termos de infectados e mortalidade”, explicou Leal.
Segundo dados do painel Coronavírus, do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou 12.130.019 casos confirmados, 10.601.658 recuperados e 298.676 óbitos. Em Paranavaí, os casos chegam a 6.005, 5.634 recuperados e 101 mortes.
Quanto ao cenário da Santa Casa, os médicos esclareceram que com o aumento de 10 leitos de UTI para 20 leitos, associados a mais 12 leitos de enfermaria, o sistema entrou em crise. “Nós temos que arranjar equipe médica, porque um médico não dá conta de passar em 20 leitos. Além disso, temos que ter médicos para atender na frente e a Unidade de Pronto Atendimento, UPA, está afogada com tantos pacientes. O colapso da saúde de Paranavaí é só a ponta do iceberg. Só ilustra o que acontece no Brasil. Hoje, o nosso principal gargalo é a equipe médica, de fisioterapia e enfermagem. Está todo mundo cansado, estressado, porque a cobrança psicológica é muito grande, dos familiares dos pacientes, dos nossos familiares, porque muitos pedem para nós não trabalharmos, mas esta é a nossa missão”, disse Bruno.
A médica Gislaine complementou: “A Santa Casa não está medindo esforços para tentar abraçar tudo isso. [...] Estamos passando dificuldades na parte de medicamentos. Não adianta só ter o leito, os medicamentos estão escassos, além da falta de profissional”, afirmou.
Os médicos ainda defenderam o distanciamento social, o uso de máscaras, álcool em gel e a vacinação em massa. “Ainda não há cura para a Covid, por isso que se espera tanto pela vacina. Para termos um impacto positivo, como a própria Organização Mundial de Saúde, OMS fala, nós temos que ter 50% de uma população vacinada. No Brasil não temos ainda nem 6%. Então, os países que estão experimentando o luxo de mais de 30% vacinados já estão conseguindo diminuir a contaminação, principalmente dos casos mais graves que necessitam de internamento hospitalar”, assegurou Bruno.
Em nome do Legislativo, o presidente Leônidas Fávero Neto agradeceu o profissionalismo, o empenho e a dedicação que os profissionais da área da saúde têm lidado com a causa. “Não há dinheiro que pague pelo que vocês estão fazendo pela nossa população. Que Deus os proteja todos os dias. Nosso agradecimento e respeito”, finalizou Leônidas.
Quem precisar de atendimento deve procurar a Unidade Básica de Saúde do Centro, para realizar o teste. Uma vez positivado, se assintomático, a recomendação é que seja medicado e fique em isolamento. Já os casos moderados e graves serão direcionados a UPA e a Santa Casa.