O presidente da Câmara Municipal de Paranavaí, vereador Nivaldo Mazzin, em companhia do diretor geral, José Edegar Pereira e do presidente da Fespar, Paulo César Franzini estiveram recentemente em Brasília, em conversa com o vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do Banco do Brasil, Osmar Fernandes Dias, reivindicando a prorrogação no prazo de negociação de dívidas rurais da Securitização e PESA (Plano Especial de Saneamento de Ativos).
Em conversa com Dias, o diretor da Câmara explicou que muitos produtores não tiveram ciência da Lei Federal nº 12.380/2011, que autorizava a renegociação até 30 de junho de 2011 e afirmou que a condição de não prorrogar o prazo acarretará prejuízos às duas partes. “Hoje existem R$ 15 bilhões nesta situação. É preciso estender o prazo e oportunizar aos produtores condições de pagar suas dívidas para que não deixem de exercer a atividade agrícola e percam suas terras. São pessoas com know how, que trabalham há anos com a terra. Não dá para mensurar valores de conhecimento destes produtores de 20, 30 anos de experiência.”
Segundo José Edegar é preciso repensar no setor produtivo. “Os Estados Unidos sofreu uma grande queda na produção em função da seca e os produtores não tiveram prejuízo, pois foram indenizados pelo Governo. Disponibilizar uma situação viável e segura para que os produtores rurais possam trabalhar com tranqüilidade, sem interferência da questão climática é essencial”, complementou.
Na reunião, eles também pediram a criação de um programa especial de irrigação para o noroeste do Paraná, que inclua todas as culturas, inclusive as pastagens já que em Paranavaí e Umuarama estão concentradas as principais áreas do Estado.
José Edegar, um dos principais articuladores da reunião com Dias afirmou que é preciso lutar pela categoria e buscar soluções que atendam a necessidade de todos. “Estamos na luta em prol de todos os produtores quanto à questão da renegociação da dívida rural junto ao Banco do Brasil.”
Entenda o caso
No início da década de 90, produtores rurais perderam suas safras, devido principalmente as intempéries climáticas, ou descontrole na política econômica no passado, e endividados, não conseguiriam pagar seus financiamentos junto ao Banco do Brasil, a instituição mais importante em termos de crédito rural.
Após um longo processo de negociações, foi aprovada a Lei Federal nº 9.138/95, que deu início à denominada securitização das dívidas. No entanto, mesmo assim, muitos não conseguiram quitar suas dívidas.